O Trabalho Mediúnico
Não é fácil ser médium e mais difícil ainda é ser médium de Umbanda. A
mediunidade é o elo, o caminho e a meta das pessoas possuidoras desse “dom” (ou
melhor, qualidade natural). E longe de ser um instrumento passivo, o médium,
como mediador que é, tem o dever de buscar o auto-aprimoramento e a reta
conduta, pois esses são os sintonizadores maiores da mediunidade. É como disse
o mestre: "Uma árvore má não pode dar bons frutos"… e é plantando que
se colhe, ou seja, nossas afinidades refletem o nível e o tipo de espíritos que
atraímos para nosso campo mediúnico.
Sabemos o quanto é penoso o caminho da matéria, quantos pseudo-atalhos
existem no caminho da evolução, incontáveis atalhos que não levam a lugar
nenhum e, para conseguirmos uma sintonia fina com "canais" superiores
precisamos de três coisas básicas: humildade, simplicidade, e pureza de
pensamentos, sentimentos e ações. A primeira vista parece simples, mas quando
pisamos no chão, nos damos conta de nossa fraqueza que, nos atira a caminhos
escuros e incertos. Então, só apelando para o Astral superior é que
conseguiremos trilhar o verdadeiro caminho da espiritualidade, pois se estamos
fracos, nossa fé verdadeira pautada pela razão nos libertará. E gradativamente
conquistaremos e domaremos o nosso pior inimigo que, está em nosso íntimo.
Ainda, em termos científicos podemos definir a mediunidade como um
aumento variável da percepção extra-física (PES), causada por modificações e
acréscimos energéticos nos chakras de determinadas pessoas, e ressaltamos que
esse processo ocorre antes de encarne ou seja, a nível Astral. Essas pessoas,
os médiuns, possuem o dom mediúnico por terem missões kármicas dentro do
movimento espiritualista. A palavra mediunidade significa modo, meio de
manifestação, ou intermediação.
E partindo do fato de que a mediunidade está vinculada a missões
definidas, não é correto afirmarmos que todas as pessoas são médiuns; Podemos
dizer que todos são suscetíveis à influências espirituais mas, isso não é
mediunidade.
Saibam também que existem diversas formas de mediunidade, tais como: a
clarividência, a clariaudiência, vidência etc. E existe uma forma de
mediunidade mais acentuada, a mais utilizada na Umbanda, que é a mediunidade de
incorporação.
O médium de incorporação é aquele que além da ligação e proteção da
corrente espiritual de sua vibração original (Orixá), possui uma forte ligação
com determinadas entidades espirituais.
Essa ligação vem de ligações kármicas e do acordo firmado no plano
Astral, pelo próprio médium antes de seu reencarne, onde o mesmo se compromete
a trabalhar pela causa espiritualista em determinado movimento ou culto. Por
essa razão que ouvimos pessoas dizerem que foram falar com a entidade tal, e
ela lhe aconselhou para que vestisse a roupa branca, ou seja, que assumisse sua
missão mediúnica.
Vocês que passaram por isso, se conversaram com "entidades de
fato" e foram chamados para o trabalho, não percam tempo. Procurem um
templo que mais se afinize com suas idéias e assumam seu compromisso que,
certamente serão mais felizes e realizados.
Dentro da mediunidade de incorporação existem três tipos básicos de
atuação que caracterizam graus kármicos e de consciência, expressos nos médiuns
de karma: probatório, evolutivo, ou missionário.
Os médiuns de karma probatória se afinizam e trabalham com entidades no
grau de protetores. A maioria de nós está nessa condição e utiliza o caminho da
mediunidade como apaziguador para débitos kármicos antigos.
Há também, os médiuns de karma evolutivo se afinizam e trabalham com
entidades no grau guia, eles possuem um mediunismo mais apurado com
possibilidades de desenvolver a clarividência e a clariaudiência, na
dependência da função desempenhada, a qual lhe foi confiada no astral. Por fim,
existem raros médiuns no grau de missionários, eles são mestres com grandes
missões junto a coletividade as quais pertencem, e se mediunizados podem
contactar e manifestar entidades no grau de Orixás Menores; Eles possuem vários
dons mediúnicos, associados a um grande conhecimento, adquirido em encarnações
pretéritas, e alicerçados pela luz do amor e da sabedoria que só raras pessoas
possuem.
Enfim, independente do grau ou atividade mediúnica, todas as entidades
espirituais trabalham e todos os médiuns estão aptos a desenvolver também,
importantes trabalhos que contribuirão para evolução mundial.
Se cada um fizer sua pequena parte, por amor, teremos um mundo bem
melhor porque o futuro realmente depende de nós!
A Ética na Mediunidade
O médium como elo entre o visível e o invisível, deve se preocupar em
manter a serenidade mental no seu dia-a-dia para que pensamentos difusos não
sejam cultivados porque promovem uma sintonia com entidades espirituais de
baixa estirpe moral.
E como médium devido sua abundante energia é alvo dos mais atrozes
ataques provenientes do baixo astral desencarnado e encarnado, ele deve
procurar manter um nível de pensamentos salutares procurando selecioná-los em
companhia de pessoas de boa índole (dize-me com quem andas, que eu te direi
quem és!), para que sua corrente mental o proteja das ações do baixo astral,
para que sua boca pronuncie palavras limpas, e para seus ouvidos ouçam palavras
harmoniosas porque é de nossa boca que emana aquilo do que nosso coração está
cheio. E nesse ponto salientamos que, é também pela boca que ingerimos os
alimentos, logo, esses alimentos também devem ser selecionados para que a
harmonia impere em nosso organismo como um todo; Sabemos que a abstenção do
consumo de carne vermelha pelos médiuns umbandistas têm que ser controlada
porque somos alvos de ataques constantes e necessitamos de um sustentáculo
material mais rebuscado (mais proteína) porém, pensamos que ao menos a carne de
porco pode ser suprimida de nossa alimentação com racionalidade.
Irmãos, a alimentação constitui um fator decisivo na atuação mediúnica
porque quando ingerimos carne vermelha, quando comemos em excesso ou ingerimos
álcool, o nosso organismo sofre alterações químicas que além de estimularem o
animismo vicioso através da ligação instintiva intensa, ainda promovem uma
eliminação via hálito e suor que, pode prejudicar os consulentes em uma
consulta mediúnica.
Por todos esses fatores é que ao menos no dia da sessão de caridade,
devemos nos abster de carne, de álcool, e até a diminuição do fumo por parte de
quem cultiva esse infeliz hábito é aconselhável porque, o fumo carreia toxinas
que dificultam a fluência energética no nosso organismo, bem como obscurecem
nossa sensibilidade às vibrações superiores emanadas por nosso mentor
espiritual. Muitos devem estar fazendo a observação de que os as entidades de
Umbanda utilizam o fumo e o álcool em seus trabalhos, porém ressaltamos que
elas utilizam esses elementos justamente como amortecedores de cargas oriundas
de baixas vibrações e que quando desincorporam, minimizam a atuação negativa
dessas substâncias no corpo físico do médium e isso explica o motivo de muitos
médiuns que atuam frequentemente em ambientes hostis com trabalhos pesados,
ingerirem álcool (marafo) em quantidade e depois que desincorporam não
apresentarem efeitos desse elemento; Isso quando incorporam de verdade...
O médium no dia que vai atuar mediunicamente ainda deve se abster de
sexo para preservar sua vibração original, o que será positivo no contato
mediúnico pois, o sexo une dois seres a níveis mais sutis do que o físico...
Outro ponto importante não relativo a sexualidade mas a sexo, é o fato de que
no período pré-menstrual e na menopausa, o organismo feminino sofrer de
alterações psíquicas entre outras decorrentes da TPM (tensão pré-menstrual) ,
portanto, a mulher sofre fortes influências psíquicas regidas pelo ciclo
menstrual que, como o ciclo lunar é de 28 dias. E o fato da mulher ter ciclos
negativos como a lua (cheia e minguante) é de conhecimento de culturas antigas,
pois em tribos indígenas a mulher fica isolada no período menstrual, longe de
seus afazeres habituais, e no próprio antigo testamento da Bíblia está escrito:
# "Quando uma mulher tiver um fluxo de sangue e que seja fluxo de
sangue do seu corpo, permanecerá durante sete dias na impureza de suas regras.
(Levítico 15,19)".
# "Não te aproximarás de uma mulher, para descobrir a sua nudez,
durante a sua impureza das regras. (Levítico 20,18)".
Assim, é justamente por essa inconstância vibratória, que se explica a
mulher não pode exercer a função de comando em escolas de iniciação, mas ainda
assim, pode liderar Tendas de Umbanda como acontece em muitos locais. Queremos
deixar claro que não somos machistas e somos avessos ao preconceito, mesmo
porque, a evolução psicológica em nossa sociedade não dá espaços para atitudes
radicais e preconceituosas, a ponto de hoje entendermos que homem e mulher são
igualmente filhos de Deus e cada um em seu caminho pode alcançar sua realização
pessoal e transcedental em harmonia com seu par. Mas, como homem e mulher são
diferentes a nível físico, emocional e mental, ressaltamos que na Umbanda, a
mulher pode assumir o comando de trabalhos espirituais desde que no período
menstrual seja substituída por um homem (sacerdote).
Enfim, não queremos ser normalistas ou falsos moralistas, queremos expor
os fatos à luz da razão com explicações lógicas e plausíveis, para que o médium
não venha a prejudicar a si e aos outros.
Diferenças fundamentais entre os médiuns na Umbanda e os médiuns no
Kardecismo.
O kardecismo fez renascer os conceitos milenares de reencarnação, vida
eterna, pluralidade dos mundos e lei do Karma (vida em ação), ou lei de causa e
efeito.
E a partir dessas bases, o movimento umbandista surgiu em um novo
momento do espiritualismo, cujo objetivo é reascender no homem a chama da humildade
e sabedoria, da simplicidade e fortaleza, e do amor e alegria, por meio das
entidades ditas como: pais-velhos, caboclos, e crianças. Ainda hoje, dentre os
agrupamentos esotéricos, a Umbanda é taxada por muitos como baixo espiritismo,
macumba e feitiçaria. Isso ocorre porque a Umbanda lida com seres humanos e,
como outras religiões também está sujeita a deturpações e inversões de valores.
A única diferença que acentua o efeito dessas deturpações no meio umbandista
é que a Umbanda é um campo de batalhas, tem mironga (magia), tem erós (segredos,
mistérios), e exige líderes gabaritados e com ordens e direitos de trabalho
adquiridos quando ainda estavam no astral, ou seja, quando estavam
desencarnados.
Porque, o verdadeiro médium umbandista traz um grande acréscimo
energético em seus chacras para poder suportar as batalhas e demandas contra o
mal, por isso, a mediunidade na umbanda é diferente da mediunidade no
espiritismo, pois no Kardecismo a forma mediúnica predominante é a intuitiva
(irradiação intuitiva) e não há incorporações nem quebra de feitiçarias e, na
Umbanda a forma mediúnica predominante é a incorporação semiconsciente. Não
estou sugerindo que um tipo de mediunidade seja melhor do que o outro, estou
apenas apontando as diferenças e, assim "procurando alertar as pessoas que
por falta de conhecimento podem ser muito prejudicadas”.
Então, o corpo astral do legítimo médium umbandista foi preparado para
suportar entrechoques fortes, para conter a fúria do baixo astral. Com esses
aportes o médium umbandista pode até trabalhar em correntes Kardecistas apesar
de não estar cumprindo sua missão predeterminada, mas, o legítimo médium
espírita não pode trabalhar no movimento umbandista, pois na sua missão atual
ele não precisará se confrontar com o submundo astral e não foi preparado para
isso.
Portanto, se uma pessoa resolve abrir uma tenda de Umbanda por conta
própria, sem as devidas ordens e direitos, sem a cobertura de um guia ou
protetor de Umbanda, o terreiro literalmente cai, e é invadido pelo submundo
astral que mistifica as verdadeiras entidade de Umbanda. É fácil reconhecer um
terreiro nesse estado, pois o ambiente astral é carregadíssimo, as pseudo-entidades
solicitam matanças constantes de animais, induzem os médiuns à vaidade e a
vingança, fazem trabalhos de baixa estirpe e usam um palavreado de "baixo
calão" constantemente.
Umbanda não é brincadeira. Separemos o joio do trigo, lembrando que já
no primeiro terreiro de Umbanda, em 1908, não existiam matanças de animais, e
que foi a influência e a migração dos praticantes de outros cultos que
trouxeram essas práticas.
Notem que não queremos e nem temos o direito de julgar ninguém, mesmo
porque no antigo testamento da Bíblia encontramos até referências a sacrifícios
com animais feitos por Moisés. No entanto, queremos esclarecer o que é, e o que
não é da Umbanda.
Enfim, a Umbanda não ensina a prática da baixa magia, mas se pessoas
utilizando o bom nome da Umbanda assim agem, devemos alertar a todos sobre a
lei do Karma ou causa e efeito já que a Umbanda é um culto universalista de paz
e amor e que possui um papel fundamental no espiritualismo, convivendo em
harmonia com todos os outros cultos, prova disso é a declaração do valoroso
Chico Xavier em resposta a uma pergunta sobre a Umbanda, formulada pelo
jornalista e umbandista Vicente Leporaca, onde o mesmo disse:
"Respeitamos na Umbanda, uma grande legião de
companheiros muito respeitáveis, consagrados à caridade que Jesus nos legou,
grandes expositores da mediunidade, da mediunidade que auxilia, alivia o
próximo. Credores da nossa maior veneração, conquanto estejamos vinculados aos
príncipios codificados por Allan Kardec, de nossa parte." (do livro:
"Dos Hippies aos Problemas do Mundo" Chico Xavier).
A Umbanda é Linda e a Mediunidade requer muita responsabilidade.
Salve a Umbanda, Salve aos Médiuns de Umbanda.
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