Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, para não serdes julgados; não condeneis, para não serdes condenados; perdoai, e vos será perdoado. Dai, e vos será dado; será derramada no vosso regaço uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante, pois com a medida com que medirdes sereis medidos também... Mestre Jesus Cristo.

Seguidores dos Pretos Velhos

terça-feira, 2 de julho de 2013

Orixás Ancestrais


       
       O QUE SERIAM ORIXÁS ANCESTRAIS?

Para os povos africanos, em particular, para os yorubás, fons e bantos, a religião é a base para sua existência diária.
          
Ainda pela manhã, os yorubás, por exemplo, fazem uma série de adúràs e orikìs, ou seja, rezas e invocações para que o dia corra bem. Durante o dia ainda, vários atos serão feitos lembrando sempre a tradição religiosa. Nas horas das refeições, enquanto a família estiver reunida também várias saudações serão feitas, agradecendo a Olódùmarè e aos Orixás-Ancestrais a graça da alimentação.
         
 Agora, por que estes povos se portam assim?
          
Usamos o termo Olódùmarè por representar para o povo yorubá, “o criador de todas as coisas” ou “a divindade suprema acima dos Orixás-Ancestrais”.
         
Os povos de Ketu, Oyó, Ijesá, Ibadan e Ifé não só prestam culto à divindades naturais, mas também cultuam à ancestralidade, pois para os yorubás a reencarnação existe (atun wá), ou seja, a pessoa morre e renasce no mesmo seio familiar ao qual pertencia. Aí entra o orixá-ancestral de cada família que por tradição será o orixá-dominante de toda uma região. Por exemplo, Xangô em Oyó, Ogun em Irê, Oxum em Ijexá, Oxossy em Ketu e assim por diante. 

         Como podemos observar, esses orixás são patronos e dominantes de cada região, acreditando os yorubás serem eles ancestrais nestes lugares, isto é, viveram ou construiram estas regiões, como Xangô ainda em exemplo teria sido o maior Alafin ou rei de Oyó. 

         Como podemos entender é que lá na Nigéria os yorubás cultuam esses orixás como sendo seus antepassados, isto é, o culto à orixá está ligado ao culto da ancestralidade.



ORIXÁ ANCESTRAL 

Os Orixás Ancestrais são essências por onde DEUS (OLORUM) flui o tempo todo se manifestando a todos e em todos os níveis.

No meio humano costumá-se idealizar os orixás ancestrais como divindades naturais, o que não é correto, pois os orixás ancestrais não são um ente em si, mas tão somente um “estado” do Divino Criador.

Vislumbramos Deus no cristalino em um sentido, em uma essência, e o vislumbramos no vegetal em outro sentido, em outra essência, etc...

Portanto os orixás ancestrais são estados do Criador e nada mais nos atrevemos idealizar , muito pouco sobre eles foi aberto para a humanidade.

São sete as essências que formam o Setenário Sagrado, portanto sete Tronos Essenciais, as quais estamos ligados, pois através de uma dessas essências é que temos evoluído.

Nosso Divino Pai nos criou em uma dessas sete essências e no decorrer dos tempos vamos vivenciando estágios evolutivos que nos facultarão a incorporação de todas as outras seis essências.

Somente tendo-as em nós mesmos, e vibrando-as a partir de
nosso íntimo, ascenderemos em harmonia e equilíbrio para o Pai Todo Poderoso, nosso Criador, ou seja a ele retornaremos.

Os Orixás Ancestrais, são anteriores e hierarquicamente superiores aos Orixás Naturais, regentes de muitas dimensões de vida em nosso planeta.

Os Orixás Ancestrais se manifestam de dentro para fora no ser, vejam todos nós temos uma semente original que denomina mental, esta semente tem o formato ovalado e na literatura espírita é chamada de ovóide.

O ovóide através de poros especiais capta essências puras(originais), que circulam em todos os campos vibratórios. Mas através de cordões invisíveis, o ser mental é alimentado pelos orixás essenciais assentados na Coroa Divina, pois a ela todos estamos ligados mentalmente.

Desta forma, através dos cordões invisíveis aos nossos olhos, os orixás essenciais vibram dentro da semente original de cada ser.

Os Orixás essenciais desta forma tanto podem estimular um ser mentalmente, como pode paralisá-lo ou anulá-lo e neutralizá-lo em algum dos sentidos. Tudo depende da necessidade que o filho apresenta para a sua evolução.

O Orixá Ancestral é a ligação direta do filho com o Pai.

Sete são as manifestações Divinas assentadas na Coroa do Pai.

Sete são os Tronos Regentes de todo planetário.

Sete são os Orixás ancestrais.

1 – Orixá Ancestral cristalino.

2 – Orixá Ancestral mineral.

3 – Orixá Ancestral vegetal.

4 – Orixá Ancestral ígneo.

5 – Orixá Ancestral aéreo.

6 – Orixá Ancestral telúrico.

7 – Orixá Ancestral aquático.

Texto extraído do Livro Sete Linhas de Umbanda psicografado por Rubens Saraceni.


       O Mistério do Orixá Ancestral, de Frente e Adjuntó
Uma dúvida, e a que mais incomoda os umbandistas é sobre seu orixá. Nós sabemos que orixá ancestral não é o mesmo que orixá de frente ou ajuntó. O orixá ancestral está ligado à nossa ancestralidade e é aquele que nos recepcionou assim que, gerados por Deus, fomos atraídos pelo seu magnetismo divino.

Todos somos gerados por Deus e somos fatorados por uma de suas divindades, que nos magnetiza em sua onda fatoradora e nos distingue com sua qualidade divina.

Uns são distinguidos com a qualidade congregadora e são fatorados pelo Trono da Fé. E, se forem machos é o orixá Oxalá que assume a condição de seu orixá ancestral. Mas, se for fêmea, aí é a orixá Oiá que assume sua ancestralidade.

Uns são distinguidos com a qualidade agregadora e são fatorados pelo Trono do Amor. E, se forem machos é o orixá Oxumaré que assume a condição de seu orixá ancestral. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Oxum que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade expansora e são fatorados pelo Trono do Conhecimento. E, se forem machos é o orixá Oxossi que assume a condição de seu orixá ancestral. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Obá que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade equilibradora e são fatorados pelo Trono da Razão. E, se forem machos é o orixá Xangô que assume as suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Egunitá que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade ordenadora e são fatorados pelo Trono da Lei. E, se forem machos é o orixá Ogum que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Iansã que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade evolutiva (transmutadora) e são fatorados pelo Trono da Evolução. E, se forem machos é o orixá Obaluaiyê que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Nanã que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade geradora e são fatorados pelo Trono da Geração. E, se forem machos é o orixá Omulu que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Iemanjá que assume suas ancestralidades.

Observem que não estamos nos referindo ao espírito que “encarnou” no plano material, e sim, ao ser que acabou de ser gerado por Deus e foi atraído pelo magnetismo de uma de suas divindades, que, por serem unigênitas (únicas geradas) transmitem naturalmente a qualidade que são em si mesma aos seus “herdeiros”, aos quais imantam com seus magnetismo divinos e dão aos seres uma ancestralidade, imutável pois é divina e jamais ela deixará de guiá-los porque a natureza íntima de cada um será formada na qualidade que o distinguiu, fatorando-o.

Alguém pode reencarnar mil vezes, e sob as mais diversas irradiações, que nunca mudará sua natureza íntima. Agora, a cada encarnação ele será regido por um orixá de frente (o que o guiará enquanto viver na carne) e será equilibrado por outro orixá que será o auxiliar (o ajuntó) desse orixá de frente ou da “cabeça”. Usamos o termo “orixá da cabeça” porque ele regerá a encarnação do ser e o influenciará o tempo todo pois está de “frente” para ele. Sim, o orixá da cabeça está á nossa frente nos atraindo mentalmente para seu campo de ação e para o seu mistério, ao qual absorveremos e desenvolveremos algumas faculdades regidas por ele. Já o orixá ajuntó, este é um equilibrador do ser e atuará através do seu emocional, hora estimulando-o e hora apassivando-o pois só assim o ser não se descaracterizará e se tornará irreconhecível dentro do seu grupo familiar ou tronco hereditário, regido pelo seu orixá ancestral.

A dúvida dos “médiuns” e dos umbandistas se explica pela precariedade dos métodos divinatórios usados para identificar o orixá da cabeça e seu ajuntó. Daí, vemos pessoas reclamarem que a cada Babalorixá ou Ialorixá que consultaram,  cada um deu um orixá diferente a cada consulta, criando uma confusão e levando ao descrédito. Esta queixa é muito comum e não são poucos os médiuns que estão confusos porque uma consulta diz que é filho desse orixá e outra consulta diz que é filho de outro orixá.

Nós dizemos isto: na ancestralidade, todo ser macho é filho de um orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um orixá feminino.

Na ancestralidade, orixá masculino só fatora seres machos e os magnetiza com sua qualidade, fatorando-os de forma tão marcante que o orixá feminino que o secunda na fatoração só participa como apassivadora de sua natureza masculina. E o inverso acontece com os seres fêmeas, onde o orixá masculino só participa como apassivador dessa sua natureza feminina.

Portanto, no universo da ancestralidade dos seres machos, têm sete orixás masculinos e na dos seres fêmeas, têm sete orixás femininos.

Têm sete naturezas masculinas e sete naturezas femininas, tão marcantes que é impossível ao bom observador não vê-las nas pessoas.

Saibam que, mesmo que o orixá da cabeça ou de frente seja, digamos, a orixá Iansã, ainda assim, por tráz dessa regência poderemos identificar a ancestralidade se observarem bem o olhar, as feições, os traços, os gestos a postura, etc., pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência da encarnação, mas não anulada por ela. Certo?

E o mesmo se aplica ao orixá ajuntó, pois podemos identificá-lo nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é através do emocional que ele atua.

Outra forma de identificação é através do Guia de frente e do Exu Guardião dos Médiuns. Mas esta identificação exige um profundo conhecimento do simbolismo dos nomes usados por eles para se identificarem.

E também, nem sempre o Guia de frente ou o Exu guardião se mostram, pois preferem deixar isto para o Guia e o Exu de trabalho.

Saber interpretar corretamente o simbolismo é fundamental. Certo?

Então, que todos entendam isto:
. Orixá ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que ele foi gerado por Deus, e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima, imutáveis e eternas.

. Orixá de frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção na qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno.

. Orixá ajuntó é aquele que forma par com o orixá de frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente.

Por isso, também, é que muitos encontram em si qualidades de vários orixás. A cada encarnação há a troca de regência da encarnação. E, nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os orixás.

Afinal, se somos “humanos”, absorvemos energias e irradiações, magnetismo e vibrações de todos eles. Certo?
          
         Rubens Saraceni.

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