“ Nisto lhe
disse João:' Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava os demônios, e
lho proibimos, porque não vai convosco.'
Respondeu-lhes Jesus: ' Não lhos proíbas; porque
quem realiza obras poderosas em meu nome não pode dizer mal de mim. Quem não é
contra vós é por vós. Quem vos der de beber um copo d’água em meu nome, por
serdes do Cristo, em verdade eu vos digo que não ficará sem recompensa.”
(Marcos, 9:38-41)
A Mediunidade
A mediunidade é a capacidade que todos nós temos, em maior ou menor grau
e tipos diferentes, de servirmos de veículo de comunicação entre o plano físico
e o plano espiritual.
A mediunidade é a principal ferramenta utilizada no umbanda em seus
trabalhos, pois através desta, os médiuns (pessoas que fazem uso direto da
mediunidade) exercem poder de cura, aconselhamento e de realização espiritual
para aqueles que buscam auxílio. Através dela, ocorre o contato com os mestres
espirituais; e também através dela, sanamos as nossas deficiências, nos
evoluindo pela prática da caridade que ela nos oferece, no intuito de diminuir
as nossas dívidas para com a humanidade. Um dom. Uma missão.
A mediunidade pode ficar latente durante toda a vida e não causar
maiores problemas, ou pode "explodir", causando transtornos na saúde,
na vida sentimental e na vida profissional, dependendo da sensibilidade do
médium, o que varia de pessoa para pessoa.
Devemos esclarecer, entretanto, que não é a mediunidade que causa esses
transtornos e sim o comportamento irregular que a pessoa passa a ter, uma vez
que fica sem autocontrole, instável emocionalmente, e captando vibrações nem
sempre boas, das pessoas com quem convive e dos ambientes que freqüenta. Tudo
isso contribui para que a pessoa se indisponha com seus entes mais queridos, se
indisponha no seu ambiente de trabalho e, muitas vezes, perca a sua boa saúde
anterior, já que normalmente assumirá um estado mental negativo.
A mediunidade é um dom que precisamos aprender a controlar e que precisa
ser disciplinada. E para controlarmos esse processo, fazemos muitas vezes uso
do "Desenvolvimento Mediúnico".
PRINCIPAIS
SINTOMAS DA MEDIUNIDADE
a) Sintoma clássico: suor excessivo nas mãos e axilas, principalmente
nas mãos. As mãos ficam molhadas, quase geladas. Os pés também podem ficar
gelados; as maçãs do rosto muito vermelhas e quentes; as orelhas ardem.
b) Depressão psíquica: a pessoa fica totalmente instável, passando de
uma grande alegria para uma profunda tristeza sem motivo aparente. Fica
melancólica e sente uma profunda solidão. É como se o mundo todo estivesse voltado
contra ela. É facilmente irritável e, nessa fase, ela vai ferir com palavras e
gestos aqueles que mais gosta.
c) Alterações no sono: sono profundo ou insônia. A insônia é provocada
pela aceleração no cérebro devida à vibração. Os pensamentos voam de um assunto
para outro, incontroláveis, e a pessoa não consegue dormir. O sono profundo é
devido à perda de ectoplasma, de força vital. Há um enfraquecimento geral do
organismo e as vibrações da pessoa são reduzidas.
d) Perda de equilíbrio e sensação de desmaio: a perda de equilíbrio é
uma sensação muito rápida. A pessoa pensa que vai cair e tenta se segurar em
alguma coisa, mas a sensação termina antes que ela consiga fazer qualquer
gesto. É extremamente desagradável. A sensação de desmaio normalmente ocorre
quando a vibração abandona a pessoa bruscamente. Ela fica muito pálida e tem
que sentar para não cair. Às vezes ocorre sensação de vômito ou de diarréia. Um
copo de água com bastante açúcar e respiração pela narina direita normalmente
bastam para contornar essa situação.
e) Taquicardia: comum em algumas pessoas. Há uma súbita alteração no
ritmo dos batimentos cardíacos, fruto do aceleramento provocado pela vibração
atuando.
f) Medos e Fobias: a pessoa fica com medo de sair sozinha, de se
alimentar, de tomar remédios, pois acha que tudo lhe fará mal. Às vezes tem
medo de dormir sozinha ou com a luz apagada. É muito comum, também, uma total
insegurança em tudo o que vai fazer.
Todos esses sintomas tendem a desaparecer com a preparação espiritual e
o desenvolvimento mediúnico, mas o tempo necessário ao desenvolvimento
dependerá muito do grau de mediunidade, do interesse e da preparação espiritual
do médium.
OS
TIPOS MAIS COMUNS DE MEDIUNIDADE
Existem mais de 100 tipos de mediunidade, mas os mais comuns são os
seguintes:
a) Intuição: é um tipo de mediunidade onde o médium recebe em seu
pensamento, sob a forma de uma sugestão, mensagens provindas de um espírito. A
intuição nem sempre deve ser seguida, a não ser que o médium consiga
identificar a entidade que o está intuindo. Essa identificação, ele aprenderá a
fazer no seu desenvolvimento pois cada entidade produz um sintonia diferente no
organismo.
b) Incorporação: é a mediunidade em que o médium sintoniza a vibração da
entidade e essa vibração toma conta de todo o seu corpo. A sintonia é mental e
pode produzir uma incorporação parcial ou uma integral. Na incorporação
parcial, o médium fica consciente, isto é, ele sabe que está ali, sente,
observa, mas não domina o corpo nem controla o raciocínio. Perde, também, a
noção de tempo e, embora tenha sido espectador de si mesmo, perde a noção de
muita coisa que se passou, ao desincorporar. Na incorporação parcial pode haver
uma quebra de sintonia ocasional, o que permitirá ao médium interferir na
comunicação.
Na incorporação integral, o médium fica totalmente inconsciente, pois há
uma perfeita sintonia com a vibração da entidade. Nesse caso, não há
possibilidade de interferência e, ao desincorporar, o médium não vai se lembrar
de nada do que se passou.
*Queremos esclarecer que a incorporação parcial é tão autêntica quanto a
integral. O único problema é o médium não interferir, procurando se isolar e
deixar que a entidade atue livremente. A esmagadora maioria dos médiuns (mais
de 95%) trabalha em incorporação parcial e uma pequeníssima minoria (menos de
5%), em incorporação integral.
c) Vidência: é o tipo de mediunidade que permite, àquele que a possui
desenvolvida, ver as entidades, as irradiações. Pode ser de três tipos: direta,
intuitiva e focalizada.
Na vidência direta, o médium pode ver as entidades de quatro maneiras
diferentes:
1 - na projeção, o médium vê apenas um facho de luz, uma coloração que
depende da vibração atuante. Não vê forma humana, nem identifica a entidade.
2 - na parcial, o médium percebe uma forma humana ao lado de quem está
trabalhando espiritualmente, mas ainda não dá uma perfeita identificação. Vê
somente o contorno, a forma.
3 - no acavalamento, o médium vê a entidade por cima dos ombros de outro
médium. Já percebe se é masculina ou feminina, se é caboclo ou preto velho ou
outro falangeiro qualquer, se os cabelos são longos ou curtos, etc.
Muitos médiuns que tiveram esse tipo de vidência afirmam, por
desconhecimento, que as entidades vistas possuíam mais de dois metros de
altura, não percebendo que a entidade, vista acima dos ombros de outro médium,
produziu uma falsa impressão de altura.
4 - no encamisamento, o médium vê a entidade toda, perfeita. Isso
acontece na incorporação integral, quando a entidade toma conta do corpo de um
outro médium.
Na vidência intuitiva, o médium vê apenas com a mente. Ele se concentra
e recebe a imagem mental, por intuição.
Na vidência focalizada, o médium utiliza algum objeto para a vidência,
como um copo d'água ou um cristal. As imagens aparecem no objeto de vidência.
*Muitas vezes os médiuns videntes vêem claramente, como nós vemos uma
árvore ou um carro, um espírito; sem utilizar ferramenta nenhuma, senão os
olhos.
d) Clarividência: é o tipo de mediunidade que permite ver fatos que
ocorreram no passado e que ocorrerão no futuro. Os clarividentes podem ver os
corpos astral e mental de outras pessoas, e tomar conhecimento da vida em
outros planos espirituais. É um tipo de mediunidade difícil de ser encontrado.
e) Audição: o médium ouve uma voz clara e nítida nos seus ouvidos e
dessa forma recebe as mensagens. Na audição, devemos ter o mesmo cuidado que
temos na intuição, no que diz respeito à identificação de quem está dando a
mensagem.
f) Transporte: é a capacidade de visitar espiritualmente outros lugares,
enquanto o corpo físico permanece repousando tranqüilamente; o espírito se
desliga do corpo e vai para o espaço. Esse transporte pode ser voluntário ou
involuntário.
No transporte voluntário, o médium se predispõe a realizá-lo. Ele se
concentra e se projeta espiritualmente a outros lugares, tomando conhecimento
do que vê e do que ouve.
O transporte involuntário ocorre durante o sono. Todos nós nos
desligamos do corpo físico durante o sono e entramos em contato com pessoas e
lugares dos quais não nos recordamos ao acordar. Às vezes, recebemos nesses
transportes soluções para os nossos problemas que, mais tarde, nos parecerão
idéias próprias. A respeito, diz um ditado popular: "Para a solução de um
grande problema, nada melhor que uma boa noite de sono".
g) Desdobramento: é um transporte em que o espírito do médium fica
visível à outra pessoa. O corpo físico fica repousando, o espírito do médium se
transporta a outro ambiente e, nesse ambiente, torna-se visível.
h) Psicografia: tipo de mediunidade muito comum, podendo ser intuitiva,
semi-mecânica ou mecânica. É a capacidade de receber comunicações pela escrita.
Na psicografia intuitiva, o médium recebe as mensagens na mente e as
passa para o papel. É pura intuição.
Na psicografia semi-mecânica, o médium, à medida que vai escrevendo, vai
também tomando conhecimento do que escreve. O espírito atua, simultaneamente,
na mente e na mão do médium.
Na psicografia mecânica, o espírito atua somente na mão do médium, que
escreve sem tomar conhecimento da mensagem recebida.
Quando, ao invés de escrever, o espírito utiliza a mão do médium para
pintar, esse tipo de mediunidade é chamado de psicopictografia.
RECOMENDAÇÕES AOS MÉDIUNS
1. Orar, sempre que possível, a fim de ficar em contato com Deus,
pedindo-lhe que fortaleça seus guias e protetores para a prática da caridade;
2. Ler, nas horas de folga, um livro ou jornal instrutivo sobre a
Umbanda, Espiritismo ou o Evangelho, assim reeducando o próprio espírito;
3. Fazer tudo para ter um dia calmo, sem aborrecimentos, nem discussões,
preparando-se durante o dia para realizar bons trabalhos à noite no terreiro;
4. Nos dias de sessões, abster-se de carne, pois esta diminui o
magnetismo, enfraquece o teor vibratório e desgasta as energias vitais,
dificultando as incorporações;
5. Não se fanatize pelos cultos afro-brasileiros, evitando discussões
estéreis, violentas ou exageradamente apaixonadas ou falando a todo instante a
respeito de fatos relacionados com a Umbanda. Troque idéias nos momentos
certos, em conversas sérias, em que haja interesse em se aprender algo útil;
6. A força de seus trabalhos em benefícios dos irmãos, depende do seu
amor por eles. O lema a ser adotado é: "Amar e perdoar; aprender e
servir";
Lembre-se: Trabalhar
em prol do conceito da Umbanda é dever de todos nós. Trabalhar sempre em prol
da Caridade.
A
PREPARAÇÃO DO MÉDIUM ANTES DA REENCARNAÇÃO
Se o espírito ou ser desencarnado aceitou a faculdade mediúnica, faz-se
necessário que se proceda ao preparo dele, afim de que possa manifestar ou
revelar isso, no mundo dos encarnados, que provisoriamente vai ser o seu.
Esse preparo começa pela parte moral, quando lhe é feito sentir tudo o
que terá de sofrer ou passar em relação a esse dom e até mesmo quais os seres
irmãos desencarnados que vão agir através de sua mediunidade.
Estando esta parte moral kármica bem situada, segue-se o outro preparo,
de caráter puramente energético.
Sim, porque a condição moral-espiritual kármica quer probatória(que
serve de prova), evolutiva ou missionária em que os seres forem situados, em
relação com a dita mediunidade, antes de ocuparem a forma humana, será posta em
relevo, quanto ao esforço próprio, isto é, serão bem advertidos de que
reajustes, benefícios e êxitos ficarão na dependência de seus esforços, da
força de vontade que devem usar ou ter para vencer.
É lhes mostrado, também, como essa faculdade medianímica, se revelando
em benefícios, em caridade sobre os outros, trará a seus karmas, pela lei do é
dando que se recebe, os elementos que se incorporarão às aquisições positivas,
no caminho da evolução.
Assim, essa dupla condição de ser veículo dos espíritos, dada a forma de
um dom, é, em primeiro lugar, uma condição espiritual especial, dotada ao ser,
antes de encarnar e que se afirma durante a gestação.
Isso, de modo geral, mas, excepcionalmente, pode ser conferido depois,
no encarnado já adulto.
Acreditamos que o ser não encarnado trava conhecimento com os espíritos
que através de sua mediunidade obterão a evolução, firmando desta forma, antes
mesmo do seu nascimento, um pacto de ajuda mútua.
Fonte: http://www.umbandadeluz.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário