Na ascese evolutiva
da centelha espiritual, conforme haja o processo de interiorização rumo ao Eu
Superior, vai ocorrendo o “distanciamento” dos planos da forma. Há uma “perda”
ou abandono gradativo dos corpos mediadores. Com certeza o espírito em evolução
habitará um dia planos mais “mentais”, destituídos da forma, como idealizais,
mas o que é para vós a diferença entre a evolução mediana ou a superior? Como
podereis estabelecer esses critérios na carne? Uma benzedeira analfabeta no
interior do país pode ser um espírito evoluído, ao contrário de um tribuno
espiritualista de grande conhecimento e destaque. Assim como o que “concebeis”
ser um espírito evoluído, de nome conhecido para vós, pode ser de evolução mediana
diante do pai velho discreto e anônimo que atende os doentes na tenda
desconhecida, que é vista com olhar preconceituoso por ser umbandista. Mas,
para esse espírito iluminado que “desce” vibratoriamente de planos angelicais
inconcebíveis para a visão nebulosa dos retidos no ciclo carnal, a procedência
terrena da agremiação mediúnica não tem a menor importância, exercitando esse
amorável ser a verdadeira caridade, humilde e anônima, como dizia o Divino
Mestre: “Guardai-vos, não façais as vossas obras diante dos homens com o fim de
serdes vistos por eles…” É conveniente lembrar que há três realidades distintas
ligadas ao conceito de elemento, e, por questões de nomenclatura, às vezes se
confundem. São elas: Elementais, Espíritos da Natureza e Formas de Pensamento
Elementares.
Os Elementais ou
Energias Elementais – às vezes chamados de Elementais da Natureza – são
energias primárias que sustentam toda a natureza. Não possuem forma nem,
obviamente, individuação; apresentam-se em quatro modalidades ou faixas
vibratórias, cada uma sintonizada com um dos quatro elementos: terra, água,
fogo e ar. O corpo físico do homem, à semelhança da terra, do ar, do fogo e da
água, é instrumento participe da orquestra que toca a sinfonia cósmica. Essas
formas energéticas, Elementais da Natureza, encontram-se também em vós por um
mecanismo de semelhança. Muitas vezes, o homem desequilibrado dessas energias
em suas polaridades vê-se diante de inusitadas situações, no mais das vezes
adoecendo seriamente. Os magos de antigamente manipulavam com destreza essas
energias primárias ligadas à natureza, propiciando a cura junto aos locais
vibratórios adequados, quais sejam as cachoeiras, matas, praias ou pedreiras.
Com a movimentação dos Elementais, junto a esses recantos, conseguiam o
reequilíbrio necessário, polarizando as cargas magnéticas despolarizadas.
A segunda realidade
são as Formas-pensamentos Elementais, produtos da mente humana e compostos de
substância astro-mental. As de baixo teor constituem a pior forma de poluição
psíquica do planeta. Pairam à vossa volta, densas e deletérias, como
decorrência das emanações mentais de baixa condição moral de grande parte dos
terrícolas. Essas formas, por similaridade magnética e vibratória, têm as
características de um dos quatro elementos da natureza, porque originalmente
todos os encarnados têm em sua constituição energética do complexo físico,
etérico e astral correspondência vibracional com as energias da natureza que os
abrigam em seu “habitat” no orbe; do ar, da terra, do fogo e da água. Quando da
constituição da Forma-pensamento no Éter, o próprio magnetismo planetário
encarrega-se de atraí-las, por um forte mecanismo de imantação, aos sítios
vibracionais correspondentes ao elemento energético que preponderava no corpo
somático quando das emissões mentais, e que se encontra na natureza
materializada ou manifesta na dimensão física. Naturalmente ocorre a
desintegração desses morbos psíquicos continuamente emanados pelas mentes
doentias dos encarnados. Sendo assim, é por isso que vós tendes uma sensação de
leveza após um período de refazimento junto à matas, cachoeiras, praias ou após
uma caminhada num parque em dia ensolarado.
Essas
Formas-pensamentos foram erroneamente confundidas pelos videntes alquimistas da
Idade Média com os espíritos que estagiam nos quatro sítios vibratórios da
natureza terrícola, descritos na antiga Cabala hebraica (salamandras, silfos,
gnomos e ondinas), interpretação equivocada que persiste até os dias de hoje.
Os magos negros e
feiticeiros movimentam para o mal a fim de causar doenças e desequilíbrios, por
meio de rituais próprios, essas Formas-pensamentos Elementares eterizadas, que
vagueiam no Plano Astral e que deveriam se desintegrar nos recantos
vibracionais e energéticos da natureza _ ígneos, eólicos, telúricos e hídricos
(dos elementos fogo, ar, terra e água). Agem pela manipulação mental,
imantando-as na auras e centros de energias (chacras) daqueles que pretendem
atingir. A invocação dessas Formas-pensamentos Elementares é perigosa no que se
refere aos arcanos mágicos da natureza, podendo causar sérios danos aos
incautos e maldosos de coração que assim procedem. Esses médiuns magistas,
conhecidos pelos despachos que “tudo resolvem”, regiamente remunerados,
vinculam-se a entidades desencarnadas de baixo escalão vibratório e moral,
vampirizadoras, criando sérios comprometimentos cármicos de que, em muitos
casos, somente muitas encarnações depois vão desvencilhar-se.
A terceira realidade
é a dos Espíritos da Natureza, às vezes simplesmente denominados Elementais, o
que tem dado margem a equívocos. Constituem um reino de entidades ainda
não-humanas. São vinculados a determinados campos magnéticos e vibratórios,
semelhantes em freqüência aos Elementais do fogo, do ar, da terra e da água.
São as salamandras, silfos, gnomos ou duendes e ondinas. Esses Espíritos da
Natureza estagiam nesses sítios vibracionais do Astral à “espera” de um corpo
hominal. São servidores dos reinos da natureza. Encarnarão inicialmente em
planetas mais atrasados, algo inóspitos, mas semelhantes às vibrações desses
“Elementais”. Esses irmãos não possuem a natureza setenária dos homens, não
tendo ainda os corpos mental inferior e superior despertos, não possuindo, por
isso, livre-arbítrio, discernimento e consciência moral. São capazes de
sensação e visão. Potencializam as formas de pensamento, emoções e sentimentos
dos seres humanos, ampliando-os. Se as emissões de pensamentos do médium
magista que os invoca forem de ódio, desastre e destruição, direcionando-os
contra outro ser humano, multiplicar-se-ão sobremaneira as forças movimentadas
para o mal, pois eles são eficientes manipuladores das energias da natureza.
Refletem as ações dos homens a que se vinculam, pois, sendo amorais, são
indefiníveis do ponto de vista do bem ou do mal, tendo uma conduta semelhante a
um animal doméstico; um cão pode ser dócil ou feroz, condição que reflete, na
maioria das vezes, o estado psicológico do homem que o criou.
Determinados sons,
cores e invocações, aliados à força mental do pensamento do médium magista ou
mago que tem a assistência dos bons espíritos, despertam a sensibilidade desses
Espíritos da Natureza para o bem e para a cura, associados aos fluidos
ectoplásmicos exsudados, repercutem no Plano Astral, que é de grande
plasticidade em relação ao impulso mental, levando a uma materialização
fluídica invisível a vós. Essas exteriorizações ritualísticas se fazem
necessárias como ferramentas de apoio para a formação da egrégora requerida a
essas manipulações. A música eleva ou diminui a freqüência cerebral e as
descargas eletromagnéticas, aumentando ou diminuindo o número de sinapses
nervosas. Os mantras, os cânticos sagrados, eram muito utilizados na Atlântida,
na Índia e no Egito antigo, proporcionando, quando repetidamente utilizados,
profunda inspiração devocional e facilitando a concentração. Na Umbanda, a
formação da egrégora e a canalização das emoções do corpo mediúnico são
realizadas por meio dos cânticos, apurando as vibrações, reequilibrando a mente
com o corpo e facilitando a sintonia com os guias e protetores.
As oferendas de
coisas materiais junto à natureza seguem o princípio de que essas ofertas sejam
compostas das energias primárias dos quatro elementos, exatamente as que estão
faltando aos médiuns. A idéia é restituir-se à natureza aquilo de que se está
precisando para refazimento, para recomposição do equilíbrio do equipamento
mediúnico, e assim mantendo respeitosamente a harmonia da natureza doadora (2).
Claro está que a simples presença junto da natureza já seria suficiente para tonificar
o homem no seu complexo etérico-astral. Na verdade, são um mecanismo de auxílio
válido, que serve de apoio exterior para um intercâmbio “magístico” com os
Elementais, tornando-o mais efetivo. Obviamente prepondera a força mental
invocativa que se forma na egrégora coletiva, que tem a assistência amorosa dos
bons espíritos, caboclos e pretos velhos. Mas nenhum espírito elevado, mentor
caridoso, precisa de oferendas materiais. A melhor oferta sempre foram os bons
sentimentos e o amor ao próximo.
São práticas
espúrias, ignorantes e menores as oferendas junto à natureza? Ou será o puro
mentalismo a solução para todos os males? Quantos de vós conseguireis ser todo
o tempo “mental”? Não é pelo fato de o orbe terrícola estar mudando de
pré-escola para o ensino primário que deveis ridicularizar o que não
compreendeis em sua plenitude. Malgrado as opiniões contrárias, a magia sempre
existiu e continuará existindo no Cosmo. Uma mera oração sonorizada caracteriza
um instrumento ritualístico que vos leva a uma manipulação energética, qual
médium magista junto aos recantos da natureza. Não esqueçais que as energias
ígneas, eólicas, telúricas e hídricas estão em vós, e não desprezeis as
práticas ligadas à natureza, de que sois muito necessitados para o perfeito fluxo
energético entre todos os corpos mediadores do espírito, em especial o complexo
físico, etérico e astral.
Rogamos ao Pai que
estejais todos vós imbuídos de um único ideal, crístico, e que o conhecimento
seja a mola propulsora do discernimento dos homens, fazendo com que cada
individualidade em evolução encontre seu caminho, mas que tenhais interiorizado
que no Cosmo infinito muitos são os trajetos que levam a um mesmo destino.
Incompreensões, quando existem entre vós, não refletem o que verdadeiramente ocorre
na Espiritualidade, e sim a vossa estreita percepção das realidades vibratórias
que vos cercam, decorrência da limitação consciencial que o corpo físico impõe
ao espírito em eterno aprendizado e aperfeiçoamento. No mais das vezes,
obnubilam a sensatez sobre o que seja a pura caridade cristã, chegando vós ao
ponto de distinguir um espírito do outro, baseando-se em valores terrenos
excludentes, deterministas, preconceituosos e transitórios.
Da maneira que
julgardes sereis julgados, é da Lei que rege os movimentos ascensionais do
espírito eterno, e conforme medirdes igualmente vos medirão. A consciência da
Nova Era impõe a convivência harmoniosa entre todos, o que inevitavelmente
acontecerá neste milênio que está no seu início, e podereis constatar no futuro
próximo, mesmo que em encarnação futura, eis que sois imortal assim como o Pai.
Muita paz,
Muita luz.
Ramatis.
Do
livro SAMADHI - Editora do Conhecimento.
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